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As doenças fulminantes não dão uma segunda chance


Estamos acostumados com a realidade de muitas doenças. Algumas mais brandas, outras mais intensas, mas, em geral, a maioria passível de prevenção e de controle por meio de mudanças nos hábitos diários, estilo de vida e uso apropriado de medicamentos.


Estamos acostumados com algumas doenças sazonais, ou seja, aquelas que aparecem mais frequentemente em determinados períodos do ano, em determinadas estações, eventualmente motivadas por chuvas, temperaturas mais elevadas ou mais baixas, baixa umidade e poluição atmosférica.


Estamos vivenciando, a duras penas e com muitos testemunhos de sofrimento, a compreensão de “novas doenças “, tal como a Covid-19 e suas variantes. Estamos ouvindo falar novamente de doenças que pareciam estar sepultadas ou restritas às páginas dos livros de história, como a varíola.


No entanto, não estamos e nunca iremos nos acostumar ou muito menos aceitar o comportamento fulminante de algumas doenças. Mas, afinal, quando uma doença se torna fulminante?


O termo fulminante indica algo relacionado a letalidade, a um nível de gravidade acima do normal. Quando ouvimos que algo foi fulminante, a sensação nítida que temos é de algo que não tem mais volta, não há uma segunda chance, irreversível. Fazendo uma simples comparação com um jogo de xadrez, seria o momento do “xeque-mate “.


As doenças fulminantes também estão relacionadas a um nível altíssimo de imprevisibilidade. Isto quer dizer que uma determinada doença está em andamento, com sinais claros de um prognóstico incerto, com medidas extremas sendo aplicadas e, de forma violenta e abrupta, resultam numa falência irreversível dos órgãos e morte.


Nada melhor do que algumas situações para exemplificar e tornar mais perceptível o caráter fulminante de algumas doenças:

Situação 1 - Infarto do coração fulminante Uma pessoa está praticando exercícios físicos e começa a sentir dores no peito, mal estar e sudorese fria. Perde rapidamente a consciência e não responde mais a nenhum estímulo. Quando o socorro chega, já é tarde e não há mais tempo para nada.

Situação 2 - Embolia pulmonar Uma pessoa apresenta problemas de circulação nas pernas, as “ batatas” da perna estão inchadas e endurecidas. A suspeita de uma trombose nas veias das pernas é considerável e a necessidade de repouso é mandatória. Esta pessoa sente a necessidade de se movimentar dentro de casa, como por exemplo ir até o banheiro. Neste trajeto curto, ocorre a soltura de um coágulo que está na perna e o mesmo vai até os pulmões, causando uma embolia pulmonar maciça. A pessoa rapidamente fica com a pele arroxeada, muita falta de ar e desfalece completamente, sem nenhum sinal de vida.

Situação 3 - Hepatite fulminante Uma pessoa faz de tudo para emagrecer e não consegue. Resolve, por conta própria, comprar produtos naturais, feitos com ervas, após pesquisas aleatórias pela internet. Não existem critérios para seleção do produto e nenhum profissional de saúde foi consultado para tal finalidade. Após a ingestão das primeiras cápsulas, esta pessoa começa a sentir muito mal-estar, fraqueza, dor abdominal, febre, mudanças na coloração da pele. O diagnóstico de uma inflamação brutal no fígado é feito e, em poucas horas, esta pessoa está morta.

Situação 4 - Insuficiência renal aguda Nossos rins podem parar de funcionar rapidamente, em decorrência do efeito tóxico de alguns medicamentos ou do contraste, aquela substância comumente usada para realizar exames como tomografia e cateterismo. Claro que este efeito fulminante do contraste não é tão frequente e depende muito da dose que foi utilizada e do tipo de contraste . Mas existem casos de pessoas que, logo após este uso de contraste em altas doses, apresentaram falência completa dos rins, com necessidade de hemodiálise e rápida evolução para falência de outros órgãos.

Situação 5 - Infecção fulminante Podemos, ao longo da vida, apresentar diferentes tipos de infecção, como aquelas causadas por vírus, bactérias e fungos. Na maior parte dos casos, estes quadros são controlados por meio de medicamentos, alimentação adequada, repouso e bastante hidratação. Infelizmente, alguns casos fogem do controle e acabam sendo fulminantes. A ex-jogadora de voleibol, Isabel Salgado, foi vítima de uma infecção pulmonar que se tornou fulminante em poucas horas , cursando com uma parada cardíaca irreversível.

Estas doenças de comportamento fulminante, embora apresentem certo grau de imprevisibilidade, poderiam ser evitadas por meio de algumas medidas como acompanhamento médico periódico, uso correto dos medicamentos, evitar automedicação e mudanças concretas no estilo de vida. Ainda assim, temos de considerar que doenças de comportamento fulminante podem acometer pessoas jovens e saudáveis e surpreender pelo nível de agressividade. A Covid-19, antes das vacinas, foi exemplo disto , visto que literalmente aniquilou milhares de pessoas, sem dar a mínima chance para qualquer tipo de medida medicamentosa.


Façamos nossa parte, que é buscar constantemente um estilo de vida saudável, mas precisamos ter a consciência de que nem sempre a lógica prevalecerá no universo das doenças.




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