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Do simples ao sofisticado: as cascas das frutas podem prevenir doenças básicas e complexas



A natureza nos oferece incontáveis opções de sobrevivência, principalmente quanto as fontes alimentares. Entretanto, a cada ano as taxas de fome e desnutrição aumentam e, consequentemente, convivemos com altas taxas de mortalidade de crianças e adultos.

Embora seja paradoxal, fome e a desnutrição contracenam com o desperdício. A oferta de alimentos é tão fácil que se torna muito frequente jogar fora muitos alimentos que ainda poderiam ser viáveis. Especialmente no caso das frutas cítricas, como limão, laranja e tangerina, o que mais se observa , além do desperdício da fruta em si, é a não utilização consciente das cascas destas frutas. Estas cascas apresentam quantidade considerável de vitaminas e antioxidantes, como carotenos, pectina, óleos essenciais e compostos fenólicos.

Como exemplos destes compostos fenólicos, podemos citar os flavonoides, cumarinas e ácidos fenólicos, todos estes capazes de prevenir doenças infecciosas e doenças degenerativas. Além disso, estudos epidemiológicos demostram que o consumo de frutas críticas em sua totalidade, incluindo as cascas, pode reduzir em mais de 20% o risco de câncer.


Um dos mais temidos aspectos relacionados ao câncer é o risco de metástases. O câncer costuma ocupar um órgão que chamamos de sítio primário e, quando não diagnosticado e tratado de forma precoce, pode se alastrar criando raizes em órgãos mais distantes. Estas raizes são as metástases. O câncer primário produz proteínas chamadas metaloproteinases, que são facilitadoras da disseminação da doença para outros órgãos. Muitos estudos apontam que flavonoides como quercetina e luteolina são capazes de inibir a síntese destas proteínas e promover um efeito antimetastático.


Não podemos esquecer que, em continentes como América Latina e África, existem inúmeros registros de mortalidade de criancas e adultos, como consequência da diarreia e infecções associadas a precária infraestrutura de esgoto e moradias. Quando pesquisadores demonstram que as cascas das frutas têm expressiva propriedade antibacteriana e conseguem regular a flora intestinal, verificamos que temos um importante aliado natural e barato para prevenir tantos casos de morte.


O potencial protetor das cascas de frutas cítricas é maior do que se imagina. Já citamos as suas propriedades benéficas contra o câncer , infeções e doenças degenerativas. No universo das doenças cardiovasculares, destacadamente o infarto do coração e o derrame cerebral, as cascas podem exercer um importante efeito contra a formação de placas de gorduras no interior dos vasos sanguíneos.


Do ponto de vista prático, vocês devem estar questionando como seria possível consumir estas cascas e efetivamente desfrutar de tantas propriedades benéficas. Antes de apresentar uma relação de opções para este consumo, vale ressaltar o papel essencial da indústria em explorar de forma consciente estes alimentos com cascas, tendo em vista um enorme impacto social e de sobrevivência. Basicamente, algumas técnicas de extração dos ativos presentes nas cascas não exigem altos custos e são métodos relativamente simples, como a extração com água quente ou mesmo a extração com solventes não tóxicos.


Em relação ao consumo dos ativos das cascas, podemos citar algumas apresentações já estudadas e com bons resultados clínicos:

  1. Transformar as cascas das frutas cítricas em um farelo, o qual pode ser adicionado aos alimentos básicos como arroz e feijão.

  2. Ingerir o suco das frutas cítricas, não somente utilizando as polpas, mas especialmente as cascas.

  3. Utilizar as cascas das frutas cítricas na forma de infusão, como um chá.

  4. Utilizar os óleos essenciais extraídos das cascas, como um produto que pode ser inalado por períodos de até 30 minutos, visando redução de estresse e ansiedade.

  5. Utilização dos ativos das cascas na forma de cápsulas ou suplementos alimentares, em conjunto com proteínas e minerais. Pensando nas populações mais carentes e com limitadas condições alimentares, pode ser uma alternativa muito interessante.


Fica então um apelo para maior aproveitamento das cascas das frutas cítricas, um alimento barato e acessível, com propriedades protetoras para a maioria das doenças. Diante das relevantes estatísticas de mortalidade de crianças e adultos por causas teoricamente inadmissíveis em pleno século 21, vamos lutar contra o desperdício e os contrastes de um mundo que ostenta riquezas materiais e mortes por desnutrição. A atuação da indústria pode ser determinante em tornar acessível às pessoas mais carentes os valores nutricionais das cascas, as quais muitas vezes terminam no fundo das latas de lixo.


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